Foto: Bastidores por Janko Moura |
Nesse mês de outubro, a cidade de Petrolina
mudou de cor, todos os monumentos públicos foram vestidos por luzes rosas. Denominado
outubro rosa, a cidade junta-se a campanha mundial de prevenção do câncer de
mama e conta com uma vasta programação para o mês.
Não quero aqui desmerecer a campanha,
ela é digna e muito nobre, já que é uma doença muito grave e que é necessário tomar
algumas providencias para conscientização, porém, quero apenas fazer uma
reflexão sobre a situação da cidade de Petrolina em relação a saúde pública o
que diz respeito ao tratamento do câncer. Não basta aderir à campanha de
prevenção, se você não cuida dos que já estão sofrendo com a doença, Petrolina que vem crescendo em vários setores, e já tem capacidade de dar
total assistência pública para o tratamento das mulheres com câncer de mama.
O primeiro ponto a ser pensado é a
falta do tratamento completo na cidade, ao ser diagnosticada a doença, a paciente
inicia uma peregrinação para a capital pernambucana, já que, aqui na cidade o
tratamento ainda é deficiente, um exemplo é a falta da radioterapia.
Quando me deparei com um caso de câncer
na família, precisei ir a Recife e convivi com mulheres
que estavam em tratamento de câncer de
mama e uma das principais reclamações sempre foi a falta da família. A saudade
era sim um fato agravante que deixava várias guerreiras com a forças abaladas.
O medo de morrer, a frustração da
retirada da mama, a perda do cabelo, são itens que deixa mulher fragilizada, lembro-me de quantas
vezes ouvi relatos de mulheres em que o maior desejo seria voltar para
casa, quantos desabafos e lágrimas de saudade eu não presenciei, quantas não pensavam em desistir. A presença, o
apoio e a força da família é fundamental no tratamento ao câncer, e nesse mês
de prevenção é necessário pensar, também, em quem, infelizmente, já está
vivenciando e lutando contra o câncer.
Sim, é preciso pensar em prevenção,
como também é necessário pensar em melhorias para o setor público. Médicos a
disposição nos PSF, agilidade nas marcações de mamografias, agilidades nas
consultas com o mastologista, junto a
campanha de conscientização, terá uma maior eficiência e, talvez, a redução dos índices
de câncer.
Por Clêilma Souza
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