sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Só a iluminação rosa basta?



Foto: Bastidores por Janko Moura

Nesse mês de outubro, a cidade de Petrolina mudou de cor, todos os monumentos públicos foram vestidos por luzes rosas. Denominado outubro rosa, a cidade junta-se a campanha mundial de prevenção do câncer de mama e conta com uma vasta programação para o mês.

Não quero aqui desmerecer a campanha, ela é digna e muito nobre, já que é uma doença muito grave e que é necessário tomar algumas providencias para conscientização, porém, quero apenas fazer uma reflexão sobre a situação da cidade de Petrolina em relação a saúde pública o que diz respeito ao tratamento do câncer. Não basta aderir à campanha de prevenção, se você não cuida dos que já estão sofrendo com a doença, Petrolina que vem crescendo em vários setores, e já tem capacidade de dar total assistência pública para o tratamento das mulheres com câncer de mama.

O primeiro ponto a ser pensado é a falta do tratamento completo na cidade, ao ser diagnosticada a doença, a paciente inicia uma peregrinação para a capital pernambucana, já que, aqui na cidade o tratamento ainda é deficiente, um exemplo é a falta da radioterapia.

Quando me deparei com um caso de câncer na família, precisei ir a Recife e convivi com mulheres
que estavam em tratamento de câncer de mama e uma das principais reclamações sempre foi a falta da família. A saudade era sim um fato agravante que deixava várias guerreiras com a forças abaladas.



O medo de morrer, a frustração da retirada da mama, a perda do cabelo, são itens que deixa mulher fragilizada, lembro-me de quantas vezes ouvi relatos de mulheres em que o maior desejo seria voltar para casa, quantos desabafos e lágrimas de saudade eu não presenciei, quantas não pensavam em desistir. A presença, o apoio e a força da família é fundamental no tratamento ao câncer, e nesse mês de prevenção é necessário pensar, também, em quem, infelizmente, já está vivenciando e lutando contra o câncer.

Sim, é preciso pensar em prevenção, como também é necessário pensar em melhorias para o setor público. Médicos a disposição nos PSF, agilidade nas marcações de mamografias, agilidades nas consultas com o mastologista,  junto a campanha de conscientização, terá uma maior eficiência e, talvez, a redução dos índices de câncer. 

Por Clêilma Souza

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